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Ídolos da Tela

Ídolos da Tela
Ídolos da Tela

Ano de 1957. Era criança e uma das coisas que adorava fazer era colecionar figurinhas. Não tinha preferência, gostava de todo tipo. Os álbuns eram fornecidos gratuitamente e comprávamos as figurinhas em envelopes, ou envoltas em balas que por ficarem muito tempo expostas nas bancas de jornal, já chegavam as nossas mãos completamente meladas. Geralmente, as figurinhas carimbadas eram as mais difíceis de serem encontradas, e quando a encontrávamos era motivo de euforia. Lembro-me que certa ocasião consegui completar um desses álbuns e corri para trocar a coleção por uma novíssima bola de futebol, na época chamada de bola de capotão. Quem se lembra?

Na mesma toada, completei outra coleção chamada Ídolos da Tela. Era composta de cerca de 300 figurinhas de artistas de cinema e guardo até hoje essa relíquia. E a vontade de transmitir esta memória, veio pelo fato de assistir na televisão uma entrevista do grande ator cinematográfico Tony Curtis. Com cabelos brancos e voz claudicante ainda possuía a mesma pose elegante de quando fazia sucesso no cinema. Quando completei o álbum de figurinhas, ele acabava de fazer o filme Trapézio, protagonizando a história com os não menos famosos Burt Lancaster e Gina Lollobrigida. Faria três anos depois o filme Spartacus com Kirk Douglas e Laurence Olivier, dirigido por Stanley Kubrick, o mesmo que em 1971 dirigiu o comentado Laranja Mecânica.

Não sou cinéfilo, mas gosto de lembrar os momentos marcantes do cinema. E Tony Curtis é um dos ícones da nobre arte. Lembrar dele é recordar os ingênuos e felizes anos da nossa infância, onde malícia era uma palavra desconhecida do nosso vocabulário.

Fica a lembrança e a certeza de que todos aqueles da minha faixa etária possam ter presenciado as grandes histórias e as produções épicas, como Os Dez Mandamentos, Ben-Hur e o próprio Spartacus, entre tantos outros, sem contar naquelas tarde de domingo quando aguardávamos com ansiedade a seqüência do seriado que sempre terminava com uma cena de perigo ou suspense, mas que também sempre tinha um final feliz, onde o bem vencia o mal, cena tão rara de encontrarmos nos dias de hoje.

Recordar não é apenas viver. Também faz bem à saúde.