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Uma questão de nome

Constantemente nos deparamos com situações inusitadas relativas aos nomes de batismo. Cada indivíduo recebe ao nascer um nome que por razões óbvias não ajudou a escolher. Esta é uma tarefa que cabe aos pais, ou, às vezes, aos palpiteiros da família.

Foi o tempo que a maioria das mulheres ao nascer era registrada com o nome Aparecida, em homenagem a nossa santa padroeira. Hoje são conhecidas por Cida ou Cidinha, deixando de lado o prenome. Há um caso em família de uma prima que foi registrada com o nome de Lourdes Aparecida, provocando o desconfortável cacófato “desaparecida”.

Não menos curioso são os nomes dados aos filhos para homenagear personalidades importantes. Maicon transformou-se em homenagem a Michael Jackson, sem contar o jogador de futebol Odivan, que recebeu o nome em homenagem à música do cantor Roberto Carlos, O Divã. Seria lindo se não fosse trágico.

Nomes bonitos como Eduardo e Carlos Alberto, por exemplo, transformam-se em Dudu e Cacá, respectivamente. Os Júniors e os Netos são assim chamados omitindo-se o verdadeiro nome recebido na pia batismal. Cito-me como exemplo: por tradição familiar nas plagas lusitanas, era praxe dar-se ao recém nascido um nome que homenageasse o padrinho e o avô, sem deixar de registrar os sobrenomes dos pais. Como resultante dessa equação fui batizado com um longo nome, mas que fez a felicidade das famílias Conceição e Ferreira. O Álvaro e o Juvenal são heranças do meu avô e do meu padrinho, portanto a mim só pertence a junção dos quatro nomes.

Outra curiosidade que presenciei na empresa em quem trabalhava. Havia dois gerentes, com os nomes de Cajado e Laranjeira. Num determinado dia a secretária do Cajado telefonou para o Laranjeira, perguntando se o seu nome era escrito com “j” ou com “g”. Este informou prontamente que a grafia correta era com “j”, ao que a secretária num tom de brincadeira disse que não fazia diferença essa ou aquela letra, pois a pronúncia seria a mesma. Imediatamente o Laranjeira advertiu a secretária dizendo que, se fosse assim ela iria cometer um grave deslize se trocasse o “j” do seu chefe Cajado pela letra “g”.

Como percebemos, não é só o nome que é importante no tratamento pessoal. Uma pequena troca de letra pode causar grande confusão.

Saudações.