É claro que a resposta é sim. Duvido que alguém ainda não tenha visto o Papa João Paulo II, pois é uma celebridade mundial e todos de alguma maneira já o viram. Porém refiro-me a tê-lo visto pessoalmente. Talvez sobre este aspecto, o mesmo sim seja dado por um número diminuto de pessoas.
Sempre tive uma admiração e respeito por aquele que é responsável pelos destinos da Igreja, e que na Terra é o representante máximo do cristianismo. Calma, esta mensagem não tem nada de querer converter ninguém, pois temos de respeitar as opções religiosas dos nossos semelhantes. Entretanto, não poderia deixar de registrar a minha admiração por um ser que é humano como nós, mas que recebeu a missão de olhar e proteger os cristãos no mundo inteiro.
Foi por isso que em junho de 1980, saí de casa de madrugada e utilizando os meios de transporte especialmente preparados para o evento, cheguei ao Campo de Marte. Aqui já se notava algo de diferente. Apesar da multidão que seguia para o mesmo destino, não se viu sequer um empurrão ou alguém querendo furar a fila, o que é muito comum na ida a um jogo de futebol, por exemplo.
Apesar da demora na chegada do santo Padre ao local, percebia-se certa resignação dos presentes, que se transformou em alegria e respeito quando ele apareceu dentro do Papa-Móvel. Apesar da distância e da dificuldade em vê-lo mais de perto, foi certamente um dos momentos mais emocionantes e marcantes para os que lá se encontravam.
Este momento de emoção só não foi maior do que aquele, dezoito anos depois, quando por ocasião de uma viagem à Europa, tive a felicidade de mais uma vez, estar bem perto dele, na Praça São Pedro, no Vaticano.
Para uma pessoa que assumiu a sua missão aos 58 anos e que já fez aproximadamente 100 viagens ao redor do mundo pregando a paz, sentia-me pequeno por ser um entre os quase 17 milhões de peregrinos que o visitaram em Roma e por ter tido o privilégio de vê-lo pela segunda vez.
João Paulo II tem hoje uma saúde debilitada, mas nem por isso deixa de se manifestar e receber os fiéis para as habituais bênçãos. Independentemente da religião e dos credos que possamos ter e acreditar, uma coisa é certa: homens como este merecem ser reverenciados.
Nota: Em 2 de abril de 2005 o Papa João Paulo II voltou para a casa do Pai, depois de passar a vida transmitindo exemplos de determinação, solidariedade, confiança e paz. O mundo perdeu um líder e a humanidade reconhecerá para sempre a sabedoria de seus ensinamentos.