Este episódio é relacionado à passagem que tive na Alemanha, há dez anos atrás, junto com a Gecilda e o meu filho mais novo, Vinícius. Fui a trabalho e por uma questão de conciliação escolar, as minhas duas filhas, Vanessa e Viviane, só foram ao nosso encontro quatro meses depois, por ocasião da conclusão do ano letivo aqui no Brasil.
Quem não é o pai que quer o melhor para os seus filhos? Comigo não é diferente, portanto passamos todo esse período aguardando ansiosamente a chegada delas, pensando o que fazer para melhor recepcioná-las. Como fazia habitualmente nas viagens que realizava, sempre trazia um bichinho de pelúcia para elas e algum brinquedo ou jogo eletrônico para o filho mais novo.
Daí surgiu a idéia de aumentar a coleção de bichinhos, e durante o espaço de tempo que ficamos ausentes delas, fui comprando mais para entregá-los quando lá chegassem.
Porém, com o espírito de turista que tenho, e não era o caso, pois estava lá a trabalho, exagerei um pouco na compra dos ditos cujos, e quando dei conta já tinha adquirido em torno de trinta bichinhos de todos os tipos.
Aí surgiu outro tipo de problema: como entregá-los? Pois não é que encontramos uma solução prática. Como a casa era assobradada e a escada tinha quatorze degraus, resolvemos colocar dois bichinhos em cada degrau, utilizando este espaço para distribuir os vinte e oito exemplares que seriam entregues a elas. Aí foi só esperar o momento da chegada.
Para resumir, quando chegaram em casa e viram aquela quantidade exagerada de bichinhos de pelúcia, pensaram ser algo como uma demonstração ou exposição, mas quando lhes dissemos que eram seus, e que poderiam pegá-los, os do lado esquerdo para uma, e os do lado direito para a outra, foi uma algazarra, misturando-se risos e choros de felicidade por tão grata surpresa.
Hoje, dez anos depois, ambas casadas, levaram alguns consigo, mas a maioria ficou em nossa casa, e aproveito a oportunidade para anunciar que estou fazendo uma liquidação para desocupar espaço. Quem se habilita? Faço um precinho camarada.
Vale lembrar: O que um pai não faz por um filho, e no Dia das Crianças é gratificante lembrar disso.