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Bons tempos aqueles

Duvido que algum de vocês não tenha a curiosidade de ver aquelas fotos guardadas no fundo do baú. Seja para procurar aquele instantâneo da adolescência, ou para relembrar como eram lindinhos nossos filhos, acredito que todos têm o hábito de vasculhar velhas recordações.

Alguém se lembra daqueles famosos “binoclinhos” que possibilitavam ser vistos um por vez? Era comum o fotógrafo ambulante ir de casa em casa oferecer seus préstimos profissionais, ou então encontrá-lo na praia ou em campos de futebol. O difícil era não comprá-los, pois ficávamos com remorso de deixar de lado tão importante recordação.

Ainda hoje estava revendo uma dessas preciosidades, a qual inspirou-me a preparar esta mensagem. Retratava o meu primeiro emprego mais sério, num banco situado no famoso Largo da Estátua, em Santo André. Era um hábil operador de máquinas Burroughs que controlava a conta corrente dos clientes. O que chamou a atenção não foi apenas a peça de museu que representa essa máquina nos dias atuais, mas sim a espessura da minha gravata. Parecia um cadarço de sapatos.

Também duvido que não tenham guardado aquele álbum de fotografias de seus filhos retratando os primeiros anos de vida. O fotógrafo sempre tirava mais fotos do que o necessário, e nós sempre comprávamos todas.

Porém o que chama mesmo a atenção é o fato de naquele tempo, a maioria de nós tinha muito cabelo e pouca barriga. Exatamente o oposto de hoje.