Respeito muito a dor alheia e tampouco quero fazer humor do triste fato ocorrido há algum tempo que é do conhecimento de todos. Mas é interessante aborda-lo. Refiro-me ao trágico acontecimento com os membros daquela família que faleceram no desastre de avião que os conduziam ao sul do país, para, acreditem, comparecerem a um funeral.
O mais surpreendente é o fato de que a família dizimada havia sido sorteada com o prêmio da mega-sena há dois anos atrás. O mais surpreendente ainda é que com o dinheiro do prêmio, ela havia comprado o avião que causou o acidente.
Há muito tempo não “arrisco uma fezinha” na loteria, muito menos na mega-sena, apesar da tentação em fazê-lo, e, principalmente ganhar um dote que permitisse a mim e aos meus, uma vida tranqüila regada àquilo que há de melhor. Entretanto, após o acontecido estou convicto que devo continuar a minha abstenção em arriscar qualquer quantia nos jogos, literalmente de azar, apesar de serem apregoados como de sorte, para não correr o risco de ganhar.
Prefiro passar o resto da vida convivendo com momentos de menor emoção, encontrando os caros companheiros do nosso clube e dando apoio e conforto à minha família dentro das minhas possibilidades, do que ganhar uma bolada, comprar um avião e ter que, desafortunadamente, comparecer a um eventual funeral no sul do país. Três batidas na madeira…