Estava visitando um fornecedor da empresa na qual trabalho, e durante a reunião que participava com algumas pessoas na sala, senti um estrondo bem atrás de mim, assustando a todos nós.
A reação imediata foi nos abaixar e levar as mãos à cabeça num gesto instintivo de proteção. Naquela fração de segundos, muita coisa passou pelas nossas mentes. Desde a hipótese de uma bala perdida, muito em voga atualmente, até ao reflexo de um possível início do conflito no Oriente Médio, pois, coincidentemente havíamos falado sobre isso.
Rapidamente constatamos tratar-se da queda inesperada de um quadro emoldurado em vidro, que estava pendurado na parede, causando o aludido ruído. Passado o susto, os meus companheiros solicitaram ao pessoal de limpeza, a retirada dos “restos mortais” do quadro, e o que por um momento foi motivo de preocupação, passou a ser considerado como um mote para lembrar de outras histórias semelhantes, tornando a reunião mais descontraída.
Porém, aqui é que entra a parte mais interessante. Enquanto aguardava na sala o momento de ser recepcionado, observei que aquele quadro estava ligeiramente torto e como tenho o hábito (talvez mania) de aprumar todos os quadros que vejo, dei dois sutis toques com os dedos, colocando-o na posição correta. O que não esperava é que somente cinco minutos depois, o quadro viesse a se manifestar daquela maneira, espatifando-se no chão.
Como moral da história, chego a duas conclusões: primeira; nunca mexa nos objetos que não lhe pertençam, nem que seja com a melhor das intenções, e segunda; às vezes um motivo banal como o descrito serve para redigir uma matéria para o nosso Boletim, principalmente na semana que não se encontra inspiração para faze-lo.