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Quem aos vinte anos não é revolucionário, não tem coração; quem aos quarenta anos continua revolucionário, não tem cabeça

Não sei de quem é este pensamento, mas ele reflete uma verdade inconteste. Todos nós durante a juventude, tivemos idéias e atitudes que julgávamos as mais corretas. Pensávamos que poderíamos consertar o mundo, que todos estavam errados e nós éramos os únicos certos. De alguma forma, este poder de contestação auxiliou a maioria dos jovens a formar o seu caráter e personalidade.

Os anos passam e a visão destes jovens – já não mais tão jovens assim – começam a se direcionar para outros fatores e outra realidade, fazendo com que as suas atitudes se tornem menos contestadoras e mais realistas.

De pouco adianta “dar murro em ponta de faca” quando é sabido que sozinho nada se pode fazer.

O poder da força nem sempre é a melhor solução para resolver determinado problema ou situação. Ainda acredito no poder do exemplo e da atitude sensata para sanar alguma injustiça ou situação indesejada.

Entretanto, não devemos cercear a ímpeto de mudanças que os nossos jovens têm dentro de si. Como adultos e responsáveis que somos, devemos sim orienta-los e procurar encaminhá-los para a direção mais certa. Jamais censura-los, pois a história demonstra que certas mudanças só foram conseguidas através de contestação e rebeldia, no bom sentido das palavras.

Portanto, como já passei dos quarenta e não pretendo ficar sem cabeça, continuarei a minha revolução, porém desarmado, procurando transmitir um pouco de calma e tranqüilidade àqueles com quem convivo.